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10 Regras Do Dinheiro De Ramit Sethi

Torna fáceis as tuas decisões financeiras e concentra-te no que é mais importante com alguns princípios chave.

Será que podemos ir jantar fora esta sexta-feira? Gourmet ou fast-food? Acompanhamento extra? E mais uma rodada de bebidas?

O nosso dia-a-dia está cheio de escolhas e na maioria das vezes com implicações directas ou indirectas nas nossas finanças pessoais. Este pode ser um exercício stressante, capaz de gerar muitas dores de cabeça e até algumas discussões.

As 10 regras do dinheiro de Ramit Sethi propõem-se a simplificar as finanças pessoais. Seguindo alguns princípios chave é possível manter o foco no que é verdadeiramente importante e orientar as nossas decisões sem ter de pensar muito nas pequenas coisas.

Este é sem dúvida um conceito interessante e que merece ser explorado por isso, sem mais demoras, vamos a isso.

10 regras do dinheiro de Ramit Sethi

Regra nº 1 – Ter um fundo de emergência para 1 ano em dinheiro

Esta é uma postura muito mais conservadora que o habitual, tradicionalmente a recomendação para um fundo de emergência é entre 3 a 6 meses de despesas. Assim é possível estar preparado para o pior, tal como uma crise financeira ou uma pandemia global.

Ter um fundo de emergência para 1 ano é de facto muito dinheiro e implica que esse valor não possa ser investido nem gere qualquer retorno. Em contrapartida, significa de ter maior segurança para enfrentar qualquer situação mais prolongada.

Regra nº 2 – Poupar 10% e investir 20% do rendimento bruto (no mínimo)

Uma poupança de 10% do rendimento permite criar um fundo de emergência e pôr dinheiro de lado para as férias ou dar de entrada para a compra de uma casa. Um investimento de 20% assegura a criação de riqueza a longo prazo, algo que a poupança só por si não consegue fazer.

Ao alocar o rendimento em 10% para a poupança e 20% para o investimento, pelo menos, garantimos que as nossas finanças estão no caminho certo e não precisamos preocupar-nos com decisões e despesas menores.

Regra nº 3 – Pagar grandes despesas em dinheiro

Isto não significa necessariamente levar um saco de notas quando precisamos pagar grandes despesas. Na verdade, esta regra obriga a que antes de qualquer compra devemos ter o valor disponível a pronto na sua totalidade e não recorrer a qualquer tipo de crédito.

Existem muitas despesas grandes na vida (casamento, carro, casa) e devemos ser capazes de as planear com uma antecedência de alguns anos, colocando dinheiro de lado todos os meses. É para isso que serve a regra da poupança descrita acima.

A compra de uma casa é talvez a excepção, mas neste caso devemos ter pelo menos 20% do valor para dar de entrada. Se queremos comprar uma casa e não temos 20% do seu valor em poupança, então não estamos ainda prontos para avançar.

Regra nº 4 – Nunca questionar gastar dinheiro com livros, aperitivos, saúde ou doações

Esta regra está relacionada com a experiência de vida e gostos pessoais de Ramit. Sempre que ele encontra um livro que considera interessante, compra-o sem hesitar. Do mesmo modo, sempre que vai a um restaurante não se coíbe de pedir quaisquer aperitivos que lhe agradem no menu.

Estes são apenas alguns exemplos de pequenas coisas que nos trazem maior satisfação em comparação com o seu custo. Tem tudo a ver com aquilo que realmente valorizamos, se adoramos ler livros então não devemos privar-nos desse prazer.

Pode ser qualquer outra coisa, desde que o custo não seja tão alto assim e que o valor que daí tiramos seja muito maior, nesses casos não devemos pensar duas vezes.

Regra nº 5 – Classe executiva em voos com mais de 4 horas

Quando era novo, Remit fazia pouco de qualquer pessoa que na sua perspectiva desperdiçasse dinheiro a voar em classe executiva. Isto porque não fazia sentido pagar um valor extra para obter um mesmo resultado – chegar ao destino – em classe económica.

Com o passar dos anos, no entanto, chegou à conclusão de que em voos de longa duração o conforto é mais importante e por isso criou esta regra. Sempre que Remit tem um voo que dura mais de 4 horas, o seu assistente reserva um voo em classe executiva – sem fazer perguntas.

Esta regra é muito específica, mas está mais uma vez relacionada com identificar aquilo que é importante e proporciona valor para cada um de nós.

Regra nº 6 – Gastos ilimitados em saúde (personal trainer) ou educação (cursos, eventos, etc.)

O dinheiro é uma ferramenta para obter aquilo que consideramos importante e podermos levar uma vida mais completa. Segundo Remit, existem algumas coisas para as quais simplesmente não devemos olhar para o preço.

Se encontrar um curso ou evento que considere interessante, Remit vai avançar independentemente do seu custo. Todos nós temos algo valioso e significativo para o qual o preço deveria ser irrelevante e, por isso, deveríamos seguir esta regra.

Isto pode também ser aplicado quando existe algo semelhante que até custa metade, mas não tem o mesmo valor para nós, devemos optar pelo que consideramos melhor mesmo sendo mais caro.

Regra nº 7 – Comprar o melhor e manter pelo maior tempo possível

Já todos ouvimos dizer que o barato sai caro. Remit defende que na altura de comprar devemos optar pelo melhor e, normalmente, mais caro desde que seja algo que consigamos manter e tirar partido a longo prazo.

Para as coisas que usamos no dia-a-dia, como por exemplo o telemóvel, devemos comprar o melhor e devemos também preservá-lo. O problema é que a maioria das pessoas compra o melhor e acaba depois por substituí-lo com demasiada frequência.

Comprar melhor significa normalmente que a qualidade e durabilidade é superior. Se comprarmos o melhor e amortizarmos o seu custo por um longo período de tempo (5 a 10 anos), o custo total acaba por ser inferior a comprar mais barato e substituir ao fim de 1 ano.

Regra nº 8 – Ganhar o suficiente para trabalhar apenas com pessoas que respeito e gosto

Após chegar a um determinado nível de conforto financeiro, Remit começou a dar mais valor a trabalhar com pessoas que respeita e aprecia. O dinheiro permite-lhe dar-se ao luxo de poder trabalhar com pessoas com as quais gosta realmente de trabalhar.

Isto de certa forma relativiza o valor do dinheiro. Quando confrontados com a possibilidade de um rendimento extra devemos também pesar o nível de esforço que lhe está associado. Se não precisamos, então talvez esse dinheiro não pague o sacrifício de fazer algo que é realmente desagradável.

Regra nº 9 – Casar com a pessoa certa

Qual a relação entre casar com a pessoa certa e dinheiro? Muito maior do que se imagina. Escolher com quem queremos passar o resto da nossa vida é uma das decisões financeiras mais importantes que podemos tomar.

Será que os seus valores estão alinhados? Será que pensam da mesma forma sobre poupança e hábitos de consumo? Se têm formas muitos diferentes de lidar com o dinheiro, então têm um problema sério em mãos. Estas diferenças vão estar presentes todos os dias para o resto da vida.

Goste-se ou não, o dinheiro é um assunto sempre presente num relacionamento e, não por acaso, o principal ponto de discórdia que resulta em divórcio. Casar com a pessoa certa significa que partilham dos mesmos valores tanto nas coisas simples do dia-a-dia como nas decisões mais complexas tal como a compra de uma casa.

Regra nº 10 – Priorizar tempo fora do Excel

Uma vez que consigamos estabelecer as regras, as nossas finanças pessoais podem entrar em modo de piloto automático. Não é necessário controlar obsessivamente todos os detalhes numa folha de Excel (ou qualquer outro sistema usado para o efeito).

Existem coisas muito mais interessantes do que conseguir optimizar os resultados em 2-3%, bom o suficiente é mais que suficiente. É tempo de dar prioridade à familiar e a fazer aquilo que nos dá prazer. Tudo o resto seguirá o seu caminho.

Conclusão

Ramit Sethi é o autor do best seller I Will Teach You To Be Rich no qual apresenta a sua visão pessoal sobre finanças pessoais e como podemos usar o dinheiro como uma ferramenta para melhorar a nossa vida de forma simples e consciente.

As regras apresentadas são pessoais para Remit e têm como objectivo simplificar e automatizar as suas decisões do dia-a-dia, mantendo o foco no que é verdadeiramente importante.

Estas não devem ser lidas como algo a adoptar para todos, mas antes servir de referência para que também nós possamos definir as nossas próprias regras financeiras. Não precisam de fazer sentido para os outros, são algo muito pessoal e têm como único objectivo tornar as nossas decisões e a nossa vida mais simples.

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