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9 ETFs Mais Populares Do Mercado

Os ETFs preferidos dos investidores, o que os torna especiais e quais são realmente uma boa opção de investimento (risco vs retorno).

Não deveria ser surpresa para ninguém que os ETFs são uma das soluções de investimento preferidas pelos investidores, sendo mesmo defendidas por investidores lendários como Warren Buffet ou John Bogle.

Neste artigo vamos analisar os ETFs mais populares do mercado, o que os torna especiais e que tipos de activos fazem parte da sua composição. Vamos também comparar a relação entre o risco e retorno destes ETFs para tentar perceber se são realmente uma boa opção de investimento.

O que são ETFs

Os ETFs, ou Exchange Traded Funds, são fundos de rastreamento de índices que são negociados na bolsa de valores. A sua função de rastreamento significa que os ETFs mantêm cestas de acções que correspondem à composição dos principais índices do mercado de acções, como o S&P 500 ou o FTSE 100.

É possível comprar e vender ETFs em tempo real através da maioria das corretoras ou aplicações de investimentos, tal e qual como as acções tradicionais. Estes oferecem agora aos pequenos investidores o acesso a mercados e classes de activos que antes estavam reservados aos investidores profissionais e indivíduos de elevado património.

Os ETFs mais populares

Os ETFs não são todos iguais, na verdade existem milhares de ETFs por onde escolher, tantos quanto a procura dos investidores, a evolução tecnologia e a imaginação permitem oferecer.

Com diferentes combinações de activos, mercados e estratégias de investimento, escolher o ETF (ou a combinação de ETFs) ideal depende inteiramente do perfil individual do investidor.

No entanto, tal como na maioria das coisas, nós humanos tendemos a convergir nas nossas preferências, seja no destino de férias ideal, no que faríamos se ganhássemos o Euromilhões e, claro, nos ETFs de eleição.

Para conseguir identificar os ETFs mais populares entre os investidores, recorri ao site justETF.com e filtrei os ETFs que se destacam pelo valor total investido. Foquei a minha análise nos primeiros 9 ETFs, que são aqueles cujo valor total investido se situa acima dos 10 mil milhões de euros (impressionante 🤯).

Fonte: justETF.

Naturalmente que os números apresentados variam ao longo do tempo, com o desempenho dos mercados e o sentimento dos investidores. No entanto, olhando apenas para a tabela acima podemos rapidamente tirar algumas conclusões:

  • O índice S&P 500 é o grande favorito, ocupando 4 dos 9 lugares apresentados (incluindo o 1º) e contando com 51% do valor total investido.
  • O índice mundial de acções MSCI World ocupa o 2º lugar da lista e conta com 21% do valor total investido.
  • Os ETFs de Ouro são a 3ª opção mais popular, contando com 15% do valor total investido.
  • O índice de mercados emergentes MSCI Emerging Markets é a 4ª opção mais popular, contando com 7% do valor total investido.
  • Por último, o índice FTSE 100 fica em 7º lugar da lista de favoritos e soma 6% do valor total investido.

Vamos agora analisar melhor cada uma destas 5 categorias de ETFs identificados.

S&P 500

O S&P 500 é um índice de acções composto pelas 500 maiores empresas cotadas nas bolsas de NYSE ou NASDAQ, nos Estados Unidos da América, qualificadas devido ao seu tamanho de mercado, liquidez e representação de grupo industrial.

Este é um índice ponderado pelo valor de mercado (valor do activo multiplicado pelo número de acções em circulação) com o peso de cada activo no índice proporcional ao seu preço de mercado.

Existem vários ETFs que seguem o índice S&P 500, incluindo os listados acima, distinguindo-se essencialmente pela sua dimensão (valor total investido), custo (TER) e política de distribuição de dividendos (distribuição ou acumulação).

No entanto, o desempenho destes ETFs tende a não divergir muito uma vez que as empresas que os compõem e o seu peso individual são idênticos. As 10 empresas com mais peso actualmente são Apple, Microsoft, Amazon, Tesla, Alphabet, Berkshire Hathaway, UnitedHealth, Johnson & Johnson e Exxon Mobil.

Índice Mundial

Quando procuramos diversificar ao máximo o nosso investimento em acções, investir num índice mundial pode ser a melhor opção. Uma vez que as bolsas dos diferentes países nem sempre sobem e descem ao mesmo tempo, esta pode ser uma forma de reduzir a volatilidade e o risco de um portfolio.

No caso particular listado acima, o iShares Core MSCI World é um índice internacional que acompanha acções de 23 países desenvolvidos. Com mais de 1.500 empresas incluídas, o índice cobre aproximadamente 85% da capitalização de mercado ajustada ao free float em cada país.

As acções dos EUA representam o maior peso no índice MSCI World com 67%, seguidas do Japão (6%) e do Reino Unido (4%). Os principais sectores representados são o tecnológico (22%), a saúde (13%) e o financeiro (13%).

A composição e peso dos países e empresas incluídas num índice de acções mundial pode variar de ETF para ETF, por isso é importante analisar a sua estratégia de investimento e exposição antes de começar a investir.

Ouro

O Ouro é visto por muitos investidores como um porto seguro, um activo que serve de garantia contra períodos de maior turbulência nos mercados e capaz de estabilizar uma carteira diversificada de investimentos.

Claro que comprar, vender e armazenar barras de Ouro tem vários inconvenientes e também um preço por unidade proibitivo para muitos investidores. Por isso, investir num ETF negociado em bolsa que segue o preço do Ouro acaba por ser uma melhor opção.

Um ETF de Ouro replica o desempenho do índice subjacente com uma obrigação de dívida colateralizada que é apoiada por compras físicas deste metal precioso. Desta forma, o desempenho do ETF reflecte a evolução do preço do Ouro nos mercados internacionais.

Mercados Emergentes

Outra opção para investir em acções internacionais é investir num ETF que se concentra nas economias dos mercados emergentes, como a América Latina, a Ásia e a Europa do Leste. Tal como nos índices mundiais, também aqui a composição e estratégia de investimento de cada ETF pode variar e esse é um dado a considerar.

No caso do iShares Core MSCI Emerging Markets, temos uma exposição a mais de 2.800 empresas de mercados emergentes de grande, média e pequena capitalização. As acções da China têm o maior peso com 26% do total, seguidas de Taiwan (15%) e da Índia (15%). Aqui encontramos empresas como a Taiwan Semiconductor, Tencent, Samsung ou Alibaba.

FTSE 100

O FTSE 100 é um índice de acções composto pelas 100 maiores empresas cotadas na bolsa de valores de Londres (London Stock Exchange), ponderadas pelo seu valor de mercado. Neste estão incluídas não só empresas do Reino Unido (75%), mas também da Irlanda (5%) e Suíça (3%), entre outras.

Os principais sectores representados no FTSE 100 são os bens essenciais (18%), financeiro (16%), matérias-primas (11%) e industrial (10%). Aqui podemos encontrar empresas como a Shell, AstraZeneca, HSBC ou Unilever.

Risco e retorno

Observar as preferências dos investidores diz-nos muito sobre as sua tendências e gostos pessoais, o que é interessante, mas pouco sobre a qualidade destas escolhas. É importante analisar também o seu desempenho, afinal o caminho mais vezes percorrido não é necessariamente a melhor opção.

Uma boa forma de avaliar o desempenho destes ETFs é comparar a relação entre o risco e o retorno oferecidos. No gráfico seguinte podemos ver de forma muito intuitiva o desempenho da nossa lista de ETFs para o período entre 2014 e 2022 (máximo disponível).

Fonte: justETF.

No eixo horizontal vemos o risco, ou volatilidade, quanto mais à direita estivermos posicionados maior o risco do investimento. E no eixo vertical temos o retorno anualizado, quanto mais acima estivermos posicionados maior o retorno obtido.

Podemos ver no canto superior direito do gráfico vários círculos de diferentes cores que representam os vários ETFs do S&P 500, que se sobrepõem quase na perfeição.

A leitura possível é que o desempenho entre eles é idêntico (como esperado) e que, comparativamente com os restantes, apresentam um maior retorno, mas também um maior risco.

O círculo vermelho representa o MSCI World, um pouco abaixo e à esquerda do S&P 500. Este oferece um retorno um pouco menor, mas também um risco menor.

Os círculos amarelo e cinzento claro são os ETFs de Ouro, situados novamente mais abaixo e à esquerda. Também aqui oferecendo um retorno e um risco inferiores em relação aos anteriores.

Até aqui tudo bem. Mais risco equivale a mais retorno e menos risco equivale a menos retorno, comparativamente. Os casos restantes parece, no entanto, mostrar algum desequilíbrio.

O círculo verde-claro representa o MSCI Emerging Markets e oferece o mesmo nível de risco que o MSCI World (posição horizontal), mas oferece em contrapartida um nível de retorno muito inferior (posição vertical).

Por último, o círculo verde-escuro representa o FTSE 100 e posiciona-se mais próximo do canto inferior direito do gráfico. Isto significa que, de entre os ETFs analisados, este é o que oferece uma pior relação entre risco e retorno.

Com base nesta análise, podemos afirmar que o S&P 500, o MSCI World e o Ouro são opções interessantes que oferecem uma relação equilibrada entre risco e retorno.

Em contraste, o MSCI Emerging Markets e o FTSE 100 são opções de investimento menos óptimas uma vez que que oferecem comparativamente uma pior relação entre risco e retorno.

Claro que os desempenhos passados não são uma garantia de resultados futuros, ou seja, não podemos assumir que um investimento vai ter sucesso no futuro simplesmente porque foi bem-sucedido no passado.

Em resumo

Os ETFs vieram democratizar os investimentos ao permitir o acesso a mercados e classes de activos, que antes estavam vedadas aos pequenos investidores, de forma simples e económica.

Não é, portanto, de admirar que sejam uma das soluções de investimento preferidas entre os investidores e recomendados por referências como Warren Buffet ou John Bogle.

Ao longo deste artigo analisámos os ETFs que colhem as preferências dos investidores e quais os activos fazem parte da sua composição.

Também avaliámos o desempenho de cada um destes ETFs e concluímos que ETFs do tipo S&P 500, Índice Mundial e Ouro oferecem uma melhor relação risco-retorno comparativamente com ETFs do tipo Mercados Emergentes e FTSE 100.

Isto não nos permite identificar com total certeza qual destas (ou outras) opções é a escolha perfeita. Existem outras características importantes a analisar antes de escolher um ETF e, como sempre, é fundamental decidir de acordo com as necessidades individuais de cada investidor.

Por último, lembra-te que não deves nunca fazer um investimento apenas por ser popular ou por te ser recomendado por alguém. Investe de forma inteligente e desfruta da viagem!

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