Avançar para o conteúdo
Home » Blog » 4 Riscos A Considerar Antes De Investir Em Empréstimos P2P

4 Riscos A Considerar Antes De Investir Em Empréstimos P2P

Como tu podes proteger os teus investimentos P2P dos riscos mais comuns, garantir o melhor retorno e evitar desgostos no futuro.

Quer estejas a considerar investir em empréstimos P2P ou já tenhas investimentos feitos, é fundamental que entendas os riscos que estão associados a este tipo de investimentos e as boas práticas recomendadas para minimizar o seu impacto negativo.

Neste artigo vamos analisar os 4 riscos a considerar antes de investir em empréstimos P2P e o que podes fazer para te proteger. Desta forma poderás tirar os melhores resultados dos teus investimentos e evitar alguns desgostos no futuro.

É seguro investir em empréstimos P2P?

Esta é a grande questão quando se discute o investimento em empréstimos P2P – é seguro? Existem algumas pessoas 100% contra empréstimos P2P e outras que são o extremo oposto, defendendo em absoluto este tipo de investimento.

A verdade, como na maioria dos casos, estará algures no meio. Mas antes de mais, é importante discutir o que é um investimento seguro.

Todos os investimentos envolvem algum nível de risco e investir em empréstimos P2P não é excepção. No entanto, não deixes que isso te assuste pois com as devidas precauções é possível mitigar uma boa parte dos riscos e conseguir uma óptima relação entre risco e retorno.

Para poderes investir em empréstimos P2P com maior segurança, é importante que conheças quais os riscos envolvidos e o que tu podes fazer para te proteger. E é isso mesmo que vamos analisar em seguida.

Quais são os maiores riscos dos empréstimos P2P?

Existem essencialmente quatro riscos que deves conhecer e considerar antes de investir em empréstimos P2P – risco de crédito, risco de câmbio, risco da empresa de crédito e risco da plataforma.

1. Risco de crédito

Quando investes em empréstimos P2P, o que fazes na prática é entregar dinheiro hoje mediante a promessa de que esse dinheiro te será devolvido no futuro. Existe naturalmente o risco de que essa promessa não seja cumprida e também por essa razão exiges uma compensação adicional (juro) para correr esse risco.

O risco de crédito é o risco que corres de o devedor não pagar o empréstimo, tal como inicialmente definido. Aqui podemos experienciar diferentes resultados:

Pagamento sem atraso: o empréstimo é pago na totalidade e dentro do prazo inicial, incluindo capital e juros.

Pagamento com atraso: o empréstimo é pago na totalidade, mas com atraso face ao prazo inicial. Dependendo dos casos, pode existir uma compensação adicional e o investidor recebe juros de mora.

Incumprimento com garantia: Após algum tempo em atraso o empréstimo entra em incumprimento, sendo activada a garantia que lhe está associada. No caso de existir uma garantia da plataforma ou da empresa de crédito, o investidor recebe o capital e juros devidos normalmente entre 30 e 60 dias. No caso de garantias do devedor, o processo poderá ir para tribunal e arrastar-se indefinidamente.

Incumprimento sem garantia: Após algum tempo em atraso o empréstimo entra em incumprimento e, não havendo quaisquer garantias, o resultado mais provável é o investidor perder o seu dinheiro.

O que podes tu fazer para reduzir o risco de crédito? Infelizmente na maioria dos casos é muito difícil validar a qualidade dos devedores, mas existem duas coisas que podes fazer.

A primeira coisa a fazer é diversificar, distribuir o teu investimento por vários empréstimos e devedores permite-te reduzir o impacto negativo de alguns pagamentos ficarem atrasados ou entrarem mesmo em incumprimento.

A segunda coisa a fazer é dar preferência a empréstimos que ofereçam garantias adicionais de pagamento por parte da plataforma P2P ou das empresas de crédito. As garantias dos devedores valem de muito pouco, mesmo no caso de imóveis ou outro tipo de activos.

2. Risco de câmbio

Se investires em empréstimos ou plataformas P2P numa moeda diferente da tua moeda nativa, vais estar exposto a um risco adicional – o risco de câmbio. Este risco está associado às flutuações da taxa de câmbio, mas também às taxas associadas às transferências cobradas pela plataforma e pelo teu banco.

Existem duas situações em que isto pode acontecer – quando a tua moeda original é diferente da moeda da conta na plataforma P2P ou da moeda a que é negociado o empréstimo. No caso de uma desvalorização cambial, poderás perder dinheiro mesmo que todos os pagamentos sejam cumpridos tal e qual foram acordados inicialmente.

Um exemplo flagrante é o da lira turca que desvalorizou mais de 75% face ao euro nos últimos cinco anos. Se tivesses usado os teus euros há cinco anos atrás para fazer um investimento cotado em liras turcas, hoje estarias a receber um valor em euros muito inferior ao teu investimento inicial.

Claro que nem sempre a desvalorização é tão significativa e por vezes até existe uma valorização cambial, mas mais vale não correr esse risco. Por isso a melhor opção é mesmo limitar os teus investimentos a plataformas e empréstimos que estão cotados na mesma moeda que tu utilizas normalmente.

3. Risco da empresa de crédito

Muitas das plataformas P2P no mercado funcionam como intermediárias, oferecendo um mercado onde investidores e empresas de crédito podem negociar os empréstimos. Neste caso as próprias empresas de crédito representam um risco para o investidor.

As empresas de crédito são responsáveis por gerir os empréstimos – formalizar os acordos com os devedores, garantir que os pagamentos são feitos dentro do prazo e agir no caso de atrasos. E, quando prestam garantias, são também elas responsáveis por compensar os investidores.

Mas, como qualquer outra empresa, as empresas de crédito podem enfrentar dificuldades e até falir. Isso pode acontecer devido ao incumprimento de uma grande quantidade dos empréstimos em carteira ou simplesmente por má gestão do negócio.

Também aqui existem duas opções para minimizar este risco. A primeira e mais simples é mais uma vez diversificar, distribuir o teu investimento por várias empresas de crédito permite-te reduzir o impacto negativo de alguma delas ficar numa situação difícil.

A segunda opção, mais trabalhosa (mas importante), é analisar as demonstrações financeiras das empresas de crédito para verificar se as mesmas têm uma situação financeira sólida ou se apresentam alguma fragilidade.

4. Risco da plataforma

Tal como as empresas de crédito, também as plataformas P2P podem enfrentar dificuldades e falir. Isso pode acontecer devido à falta de investidores ou empréstimos, elevada taxa de incumprimento dos empréstimos em carteira ou má gestão do negócio.

No pior cenário de falência de uma plataforma, os investidores correm o risco de perder todo o seu dinheiro. Mesmo que os riscos anteriores tenham sido minimizados, de pouco vale se estás preso a uma plataforma em sérias dificuldades.

Felizmente existem várias coisas que podes fazer para minimizar o risco da plataforma. A primeira solução é, como não podia deixar de ser, é diversificar o teu investimento por diferentes plataformas para reduzir o impacto negativo no caso de alguma delas entrar em colapso.

Em segundo lugar, deves analisar as demonstrações financeiras das plataformas para verificar se as mesmas têm uma situação financeira sólida ou se apresentam alguma fragilidade. Se não existem demonstrações publicas no site, isso pode ser um sinal de alerta.

Uma terceira opção é ser mais rigoroso com as plataformas em que consideras investir. As plataformas mais recentes, de menor dimensão e que prometem juros acima do normal são mais arriscadas do que plataformas mais antigas e de maior dimensão.

Por último, é importante analisar os contractos de cedência de crédito. Após o investimento, os empréstimos devem ter um contracto associado que deve ser transferido e de propriedade do investidor. Isso permite-te reclamar os créditos junto dos devedores mesmo que a plataforma vá à falência.

Em resumo

Tal como em qualquer outro investimento, investir em empréstimos P2P envolve algum nível de risco. Simplesmente não existem investimentos 100% garantidos e sem qualquer risco.

Antes de investir em empréstimos P2P deves estar consciente dos riscos associados – risco de crédito, risco de câmbio, risco da empresa de crédito e risco da plataforma. A boa notícia é que, tal como pudeste ver, tu podes reduzir significativamente estes riscos seguindo algumas boas práticas.

Ao investir em plataformas e empresas de crédito sólidas e transparentes, além de aplicar uma boa estratégia de diversificação, podes limitar qualquer impacto negativo nos teus investimentos e garantir o melhor retorno possível no longo prazo.

Como sempre, investe de forma inteligente e desfruta da viagem!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *