Tokens, coins, NFTs, criptomoedas ou moedas virtuais – antes de investir é bom que compreendas os risco.
Os criptoactivos são um investimento extremamente volátil e capaz de despertar sentimentos opostos. Nunca é demais lembrar (ou relembrar) os riscos que lhes são característicos e que, infelizmente, tendemos a esquecer logo que os mercados voltam a aquecer.
Neste sentido, a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) esclarece os investidores portugueses quanto aos riscos de investir em criptoactivos. Neste artigo vamos analisar os riscos apresentados.
Os riscos dos criptoactivos
Na esmagadora maioria dos casos, os criptoactivos – tokens, coins, NFTs, criptomoedas ou moedas virtuais – não podem ser classificados como valores mobiliários. No entanto, devido à sua popularidade a CMVM resolveu esclarecer os investidores sobre os riscos associados
Foram identificados 11 risco que vou procurar explicar numa linguagem mais simples sempre que necessário.
1. Risco de liquidez
Os investidores podem não conseguir vender os seus criptoactivos em carteira, seja por falta de compradores interessados (procura) ou porque a rede (blockchain) não o permite. Isto pode acontecer de forma pontual ou permanente.
2. Risco de perda parcial ou total dos montantes investidos
O capital investido não está garantido e os riscos associados a este investimento podem não estar referidos na documentação disponibilizada pela entidade emissora do criptoactivo, quando ela existe.
3. Risco de informação insuficiente
A informação disponibilizada aos investidores, quando existe, pode ser errada, incompleta ou pouco clara. Adicionalmente, é necessário conhecimento técnico específico para melhor compreender como funcionam e quais as características específicas dos criptoactivos.
4. Risco de fraude
A reduzida informação disponível e a elevada complexidade, próprias dos criptoactivos, dificultam a sua compreensão por parte dos investidores. Existe por isso o risco de as entidades emissoras dos criptoactivos ou outras entidades poderem tirar partido disso e aproveitar-se dos investidores.
5. Falta de regulamentação
Os criptoactivos não têm uma regulamentação especifica e, por essa razão, dificilmente algum organismo competente poderá intervir e proteger o interesse dos investidores.
6. Agentes que comercializam criptoactivos sedeados fora de Portugal
A esmagadora maioria das corretoras e plataformas semelhantes onde é possível comprar e vender criptoactivos não têm sede em território português. Assim, a resolução de conflitos poderá estar fora das competências das autoridades nacionais e, mais uma vez, os investidores nacionais encontram-se desprotegidos.
7. Risco na formação do preço
A cotação dos preços de transacção dos criptoactivos pode não ser completamente transparente e divergir entre corretoras, levando o investidor a negociar a um preço que pode não corresponder ao valor real de mercado.
8. Elevada volatilidade
O preço dos criptoactivos é alvo de grandes e rápidas variações, conduzindo à criação e destruição de riqueza “do dia para a noite”. Esta é possivelmente a sua característica mais visível e que não deve surpreender nenhum investidor.
9. Branqueamento de capitais
Como consequência do anonimato associado aos criptoactivos, é difícil identificar a origem dos fundos investidos, podendo estes ser mais ou menos legítimos.
10. Insucesso
Os criptoactivos são ainda um tipo de activo muito recente quando comparando com os restantes e muitos dos projectos estão ainda numa fase inicial, de implementação ou de desenvolvimento. Encontram-se, portanto, ainda num estágio experimental e por isso o risco de insucesso é ainda elevado.
11. Perda do código de acesso
Os criptoactivos assentam numa estrutura completamente descentralizada, a gestão e segurança da carteira de activos é da total responsabilidade do investidor. Desta forma, e ao contrário do que acontece por exemplo com uma conta bancária tradicional, a perda do código de acesso pode impossibilitar o acesso e movimentação dos criptoactivos de forma permanente.
Conclusão
Na minha opinião, os riscos identificados são indiscutíveis e devem ser reconhecido por quem investir em criptomoedas e outros criptoactivos. Mas muitos destes riscos não são exclusivos deste tipo de activos e podem encontra-se noutros investimentos.
Pela sua natureza, os criptoactivos não são seguramente uma opção de investimento para todos. Em paralelo com o elevado potencial de retorno está também o elevado potencial de perda, risco e retorno tendem a estar correlacionados.
É preciso que todos os investidores estejam consciente dos riscos que correm. O capital não está garantido e existe a possibilidade de perda parcial ou completa do investimento. Nunca invistas mais do que aquilo que estás disposto a perder.